Lamentável que o Poder Executivo Municipal continue dando informações equivocadas sobre os nomes de Ibicaraí, que vai completar 63 Anos de emancipação Política e Administrativa, no próximo dia 22 de outubro de 2015.
Se a Prefeitura não é responsável pelas informações, é responsável em procurar corrigir esses equivocos da História, principalmente junto a UPB - União dos Municípios da Bahia, que posta em seu site, uma matéria referente ao aniversário da cidade do ano passado, afirmando de forma equivocada um nome errado da cidade.
Vamos apelar para o Prefeito Municipal Lenildo Santana, para que peça ao seu Assessor de Imprensa, Senhor Riedson Trindade, para corrigir a informação junto a UPB.
E o número correto do Decreto – Lei que troca o nome de Palestina para um nome indígina foi o Decreto-Lei nº. 141, de 31 de dezembro de 1943.
Veja na foto abaixo.
O Portal da Câmara de Municipal de Ibicaraí, da mesma forma, continua colocando de forma equivocada, nome errado da cidade.
Vamos solicitar ao atual Presidente da Câmara de Vereadores, vereador Jesseone Santos Carvalho, para solicitar ao Diretor Executivo da Egrégia Casa de Leis, Senhor Moisés Messias Silva e Santos, que faça a devida correção no Portal da Câmara.
Veja na foto abaixo.
NOMES CORRETOS DE IBICARAÍ
Palestra - de 1916 à 1929
Palestina - de 1929 à 1943
Ibicaraí - de 31/12/1943 até hoje
IBICARAÍ –
NOSSA TERRA NATAL
Um pouco de
História
Por Waldyr Montenegro Matos Júnior *
OS
PRIMEIROS NOMES DA CIDADE
O fato que nos surpreendeu bastante foi
saber qual o primeiro nome da cidade de Ibicaraí.
Ensinaram-me no primário, que havia sido
“Arriba Saia”, pois chovia muito naquela época e as mulheres tinham que
suspender às suas longas saias para passarem nos Riachos e Ribeirões que
cortavam a cidade de ponta a ponta.
De verdade mesmo só temos o fato de que
chovia muito naqueles tempos.
Um
morador antigo nos contou uma história completamente diferente e pela sua idade
avançada achávamos que ele havia fantasiado um pouco. Mais uma vez, fomos surpreendidos
por mais dois moradores idosos que narraram o mesmo acontecimento e que foi
contado pelo Dr. Justino Marques, em uma publicação da Revista Bahia Hoje, de
1975, intitulada “De Palestina a Ibicaraí”, e que conseguimos parte do texto
original com a Prof.ª Maria Ilma de Sá Quirino Marques, sua nora e viúva do
saudoso Dr. Rodrigo Marques. Além desse fato, não encontramos nenhum documento
que comprovasse que Ibicaraí tivesse se chamado de “Arriba Saia” algum dia.
Portanto o primeiro nome do arruado foi “PALESTRA”, em virtude do
barracão feito com palha de Catulé que havia próximo a Praça Drº. Olyntho
Matos, onde os desbravadores e conquistadores se reuniam no final da tarde para
conversarem sobre o seu cotidiano e fazerem negócios.
A família Marques, composta pelo casal
Saturnino Marques dos Santos e Maria Gertrudes dos Santos e os filhos:
Theodomiro Marques dos Santos, Miguel Marques dos Santos, Maria José dos
Santos, José Marques dos Santos, Epiphânio Marque dos Santos e Manoel Marques
dos Santos Primo fixaram moradia, as margens do Rio Salgado, em 1908,
desbravando as matas e fazendo plantações.
“PALESTRA” teve o seu começo, no roçado
adquirido por Manoel Marques dos Santos Primo, por C$ 400,00, das mãos
de Calixto Roxo e que a partir de 1917, começaram a chegar outros
moradores, dando início ao Arraial pujante e em franco desenvolvimento.
“Theodomiro
Marques, velho boiadeiro e abatedor de gado em Boqueirão, montou açougue em
Palestra, abatendo gado aos domingos, seguido por Antônio e Tibúrcio Araújo,
onde foi criada também uma rancharia de pouso, para os viajantes e tropeiros de
Conquista, Encruzilhada, Pedra Azul, e demais cidades do interior de Minas
Gerais, aglomerando muita gente aos domingos. Com a chegada de Graciliano
Santos foi montada a primeira padaria, e se chamava “Padaria
Popular”. Crescêncio de Carvalho se instalou uma pequena bodega que
foi acompanhada por outros pequenos negociantes.”
O senhor Sarturnino Marques dos Santos, o
velho Satu, pai de Manoel Marques dos Santos Primo, fundador da cidade,
foi com o engenheiro da Delegacia de Terras e Minas do 8º Distrito, Dr.
Aurélio Caldas, fazer medição de um lugar e, tal a sua planície o
engenheiro disse: - Descobrimos a Palestina. A partir deste momento todos
começaram a chamar aquele Arraial, de “PALESTINA”.
“Francisco
de Assis Araújo, passando casualmente por “PALESTRA”,
num dia de domingo, teve a oportunidade de ver centenas de pessoas comprando e
vendendo barato, o cacau, café, milho, feijão maduro, etc. Chegando à cidade de
Itabuna resolveu transferir seu armazém de molhados e compra de cacau, para
aquele local. Imediatamente, Assis Araújo, voltou à PALESTINA,
arranjou terras com os irmãos Marques, e mandou construir casa para morada e
para comércio, onde 60 dias após transferiu-se para a futura Vila.”
Como grande comerciante passou a ser
destacado como chefe e mandatário de PALESTINA, havendo, em 1928,
mandado rezar uma Santa Missa, a qual foi celebrada pelo Mons. Moisés
Gonçalves do Couto, já na capelinha construída por Assis Araújo, que se
chamara “Casa de Oração” e ficava localizada na Praça 15 de novembro,
hoje Praça Dr. Henrique Pimentel Sampaio, depois da cerimônia religiosa, o
lugar foi batizado por PALESTINA.
Tendo Francisco de Assis Araújo à
frente, como o maior empreendedor do progresso do futuro distrito de Itabuna,
onde instituiu vários plantios de cereais, cana-de-açúcar, algodão e o fumo,
de folhas consideradas de boa qualidade e mais rico no comprimento de sua
folha, de 70
centímetros por 40 de largura, sendo enfardados e vendidos
à firma, Luiz Barreto Filho, instalado, na Bahia (Salvador), 1.200 fardos de
fumo de folha de primeira qualidade, 300 ditas de segunda e 100 de terceira.
Com o progresso e o lucro aferido na venda do fumo e do algodão, Assis Araújo
recebeu um premio da Prefeitura de Itabuna, pela produção de café, no valor de
Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros), pela produção e exportação deste produto e
tornando-se o maior dos lavradores de cacau.
“Quando PALESTINA já contava com 3 (três) mil habitantes, Assis
Araújo montou um cinema com a maior dificuldade para transportar todo material
pesado em ombros de homens fortes, que percorreram 48 km entre Itabuna e PALESTINA,
em estradas de pedestres de má qualidade. Mesmo assim, não tardou a ser
inaugurado o “Ideal Cinema”, no próspero Arraial.”
ARRIBA SAI JAMAIS
O “Coronel do Cacau” chamado Ten. Vital
Antunes queria que a sede do Arraial fosse na sua fazenda “Ordem e
Progresso”, perto dos 41 km,
hoje distrito Emílio Izabel, mais conhecido como Santa Izabel, em função da
Santa ser a Padroeira da Vila. Com o franco desenvolvimento do Arraial de PALESTINA,
ele de forma jocosa, falava aos tropeiros que se destinavam à PALESTINA,
que aqui era o lugar onde as mulheres arribavam a saia, tentando denegrir a
sociedade palestinense. Os “Coronéis” de PALESTINA, por sua vez, diziam
que, se aqui era o lugar onde as mulheres arribavam a saia, lá era o lugar onde
os homens abaixavam as calças.
Na década de 1920, havia em Itabuna, um “cabaret”, popularmente conhecido como a casa da luz vermelha, de propriedade de Laudilina Borba, que se chamava “Arriba a saia”. Acreditamos que este “Castelinho” tenha
influenciado o Cel. Vital em sua brincadeira, causada pelo ciúme do progresso
da futura cidade de Ibicaraí.
Vale ressaltar que o Tem. Vital Antunes
foi Vereador em Itabuna, por duas vezes, representando o distrito de PALESTINA,
chegando a ser o segundo Presidente da Câmara de Vereadores daquela cidade,
assumindo a prefeitura, na condição de Prefeito Interino.
O poderio econômico, social e político do
Cel. Francisco de Assis Araújo fizeram com que o trajeto da estrada que ligaria
Ilhéus a Conquista, se desviasse do projeto original, que deveria passar
margeando o Rio Colônia, para passar por PALESTINA, o grande “Eldorado”.
Palestina em 1928 foi elevado a Distrito
pelo Conselho Municipal de Itabuna e sancionado pelo Intendente.
A Assembléia
Legislativa do Estado da Bahia decretou e o Governador sancionou a Lei nº.
2.239, de 12 de agosto de 1930, “Crea no município e termo de Itabuna mais
um Districto de Paz, com a denominação de “Palestina”.
Em virtude de
seu progresso foi o Distrito elevado a Vila em 1937.
Por força do
Decreto – Lei nº. 141, de 31 de dezembro de 1943, o seu nome foi alterado
para IBICARAÍ, expressão tupi que significa “Terra Sagrada”.
A Lei Estadual
nº. 491, de 22 de outubro de 1952, desmembrou de Itabuna o Distrito e
foi elevado à categoria de município, sendo
instalado, em 7 de abril de 1955.
* Relações Públicas, Jornalista, Publicitário, Radialista,
Cerimonialista, Memorialista, ex-Diretor e Professor Universitário,
Especialista em Relações Governamentais e Secretário Parlamentar e Executivo.